Ofensa aos muçulmanos (II)
Muito se tem especulado sobre qual o verdadeiro móbil da publicação dos 12 desenhos ofensivos para com o profeta Maomé, já aqui abordada.
Hoje de manhã falei com um amigo dinamarquês. Quarentão, é daqueles esquerdistas cheios de ilusões sobre a natureza humana; até viveu, nos anos 70, numa comunidade vagamente hippy. É ferozmente anti-discriminação e para ele o actual governo dinamarquês é direitista até à moela. Fez-me uma resenha dos factos, desde a publicação dos cartoons em Setembro até à polémica actual. Tudo começou com uma autora que pensou ilustrar um livro, supostamente não ofensivo, sobre o Islão. Não encontrou desenhadores dispostos a isso. O Jyylands Posten tentou então testar os limites da liberdade de expressão, fazendo a já bem conhecida encomenda dos 12 desenhos. A comunidade muçulmana local protestou e pressionou o governo no sentido da não divulgação dos referidos desenhos, coisa que este recusou por atentar contra a liberdade de expressão. A referida comunidade fez então um périplo de 11 países onde a mesma confissão é maioritária. A bola de neve foi crescendo até ao ponto actual.
Para os adeptos das teorias da conspiração, o timing é perfeito para os interesses sionistas, dada a recente vitória do Hamas - permitir aos muçulmanos expressarem o seu alegado radicalismo, perdendo apoio ocidental e levando a uma maior indiferença face às exacções israelitas (nos últimos dias regressaram os famigerados assassinatos selectivos nos Territórios Ocupados). Argumentam inclusivamente que os donos do jornal são judeus (o mais que consegui apurar foi que o chefe de redacção, Carsten Juste, não tem um ar especialmente evocativo de alguma ancestralidade viking).
Como em muitas questões em que os judeus estão envolvidos, haja ou não conspiração por detrás de certos factos, estes desenrolam-se como se aquela efectivamente existisse. E é evidente para os muçulmanos que há dois pesos e duas medidas no dito mundo livre no que à liberdade de expressão diz respeito: pode-se satirizar as mais profundas convicções de quase todas as comunidades, mas há uma que é eleita para ser poupada a esses ultrajes.
Hoje de manhã falei com um amigo dinamarquês. Quarentão, é daqueles esquerdistas cheios de ilusões sobre a natureza humana; até viveu, nos anos 70, numa comunidade vagamente hippy. É ferozmente anti-discriminação e para ele o actual governo dinamarquês é direitista até à moela. Fez-me uma resenha dos factos, desde a publicação dos cartoons em Setembro até à polémica actual. Tudo começou com uma autora que pensou ilustrar um livro, supostamente não ofensivo, sobre o Islão. Não encontrou desenhadores dispostos a isso. O Jyylands Posten tentou então testar os limites da liberdade de expressão, fazendo a já bem conhecida encomenda dos 12 desenhos. A comunidade muçulmana local protestou e pressionou o governo no sentido da não divulgação dos referidos desenhos, coisa que este recusou por atentar contra a liberdade de expressão. A referida comunidade fez então um périplo de 11 países onde a mesma confissão é maioritária. A bola de neve foi crescendo até ao ponto actual.
Para os adeptos das teorias da conspiração, o timing é perfeito para os interesses sionistas, dada a recente vitória do Hamas - permitir aos muçulmanos expressarem o seu alegado radicalismo, perdendo apoio ocidental e levando a uma maior indiferença face às exacções israelitas (nos últimos dias regressaram os famigerados assassinatos selectivos nos Territórios Ocupados). Argumentam inclusivamente que os donos do jornal são judeus (o mais que consegui apurar foi que o chefe de redacção, Carsten Juste, não tem um ar especialmente evocativo de alguma ancestralidade viking).
Como em muitas questões em que os judeus estão envolvidos, haja ou não conspiração por detrás de certos factos, estes desenrolam-se como se aquela efectivamente existisse. E é evidente para os muçulmanos que há dois pesos e duas medidas no dito mundo livre no que à liberdade de expressão diz respeito: pode-se satirizar as mais profundas convicções de quase todas as comunidades, mas há uma que é eleita para ser poupada a esses ultrajes.
5 Comments:
", o que aqui está em causa é simplesmente o direito á liberdade de expressão, que tanto funciona para os "cartoonistas", para fascistas, revisionistas, negacionistas, nacionais-socialistas e outras famílias ideológicas ou religiosas, quaisquer que elas sejam! É tão simples...."
EXACTO!
O que está aqui em causa é o direito de TODA essa gente poder expressar-se livremente.
TODA.
Uma boa parte dos muçulmanos, como é cristalinamente óbvio, não convive bem com as mais elementares noções de Liberdade e são completamente incapazes de qualquer tipo de raciocínio secular.
Adiante.
Ah pois é Miazuria.....!.
E fique o Miazuria sabendo que as igrejas da Dinamarca não passam de fachadas para uma sinistra rede de túneis subterrâneos onde os judeus conspiram em inúmeras sinagogas no subsolo da bela Copenhaga em permanete ligação com os numerosos Kibbutzim da Islândia e da Gronelândia .
(como é óbvio, são mesmo donos não só dos Fjordes como também do bacalhau, que é um peixe sionista)
E o vizinho Storting, logo ali em Oslo, não passa de uma reles sucursal do tenebroso Knesset.
Como tudo no mundo, aliás.
Mas o Miazúria tenha em atenção:
O FG Santos não é um dos 'conspiration-followers', pois é demasiado inteligente e ilustrado para o ser. Simplesmente interroga-se, dubitativo e pessimsita como é.
O que se passa é que os maníacos das conspirações, na sua crónica pobreza mental, não são capazes sequer de conceber e absorver a natural e óbvia complexidade do Mundo.
Para aliviar o esforço de raciocínio (algo que lhes custa sobremaneira) arranjam estes simplificadores da realidade. O mundo fica assim explicado por uma conspiração: os bonzinhos vs. mauzões...e já está.
Não lhes dá para mais, coitados.
Estes gajos, na sua alucinação paranóica, esticam a conspiração a tal ponto e de tal maneira que, naturalmente, aconteça o que acontecer, no matter what, está sempre 'coberto' pelo 'cheque conspiração'.
Se acontecer 'x' e/ou o seu oposto é sempre, sempre, a conspiração.
Tudo isto não invalida, como é óbvio, o facto de se poder criticar os judeus e/ou o Estado de Israel.
Na realidade os judeus e Israel são um grupo religioso e um Estado como quaisquer outros e tão passíveis de crítica (ou elogio) como quaisquer outros.
"Com que então o sr.dinamarquês não se parece com o comum dos mortais vikings.."
Nem tem que se parecer. Há muitos dinamarquese de cabelos e olhos castanhos, da mesma forma que há portugueses loiros e de olhos azuis.
Também existem imensos judeus com aspecto 'viking' e dinamarqueses parecidos com o Steven Spielberg.
"A comunidade muçulmana local protestou e pressionou o governo no sentido da não divulgação dos referidos desenhos"
O que deita por terra a teoria de que se "desenterrou" isto agora por causa da vitória do Hamas.
"A referida comunidade fez então um périplo de 11 países onde a mesma confissão é maioritária. A bola de neve foi crescendo até ao ponto actual."
Será que a tal comunidade, que fez o tal periplo, também está ao serviço de Israel? Mais, será que os embaixadores que tentaram forçar o PM dinamarques a proibir os cartunes e lhe exigiram um pedido de desculpas também estão ao serviço de Israel?
"E é evidente para os muçulmanos que há dois pesos e duas medidas"
Há sim senhor, e não é só para os muçulmanos, mas isso não se resolve impondo mais um tabu: a islamofobia.
NC
Para quem diz que é a liberdade de expressão que está em causa, repito que é óbvio que há certa gente e certos acontecimentos históricos sobre os quais recai o muro do silêncio e da interdição. Para mim ESSA é que é a questão.
E, remetendo para o primeiro postal que escrevi sopbre o tema, continuo a achar que a liberdade deve ter o limite do respeito pelos outros mas esse respeito não deve ser imposto por lei ou qualquer outra interdição.
Caro Miguel, como sabe a Radio Islam já mudou diversas vezes de url, para despistar os censores. Ainda mais vezes tem mudado o Aaargh!, pelos mesmos motivos.
«Um dos motivos, entre outros,que me leva a ser tão agressivo no que concerne à iminvasão é o facto de saber que a Europa esvaziada dos seus povos originários, ou invadida por hordas de invasores, que não comungam dos nossos valores e da nossa mundovidência, acabará por desaparecer!» - estou inteiramente de acordo.
Quanto ao que diz do jornal, bem sabemos que a linha que seguia há 70 anos pouco conta para a actualidade. O nosso DN já foi monárquico, republicano, salazarista, gonçalvista, soarista, cavaquista... Mas se me diz que a fundação que o gere é insuspeita, dou a informação como boa. Também reconheço que insinuar que por o chefe de redacção ter uma cara bolachuda e feições semíticas foi demagogia da minha parte.
Cumprimentos.
Afinal tudo de tornou de repemte confuso com o que aconteceu no 10 de Setembro, e naõ no 11 de Setembro. Como pode verificar através deste link: http://www.youtube.com/watch?v=KONfHAXogks
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