03 fevereiro 2006

A incapacidade da Administração Bush

Leitura recomendada para os nossos amigos: «Bush's Brezhnev period», por Sidney Blumenthal, onde se demonstra a incapacidade da Administração Bush para conseguir aquilo a que se propõe como grandes desígnios: o combate ao terrorismo, a promoção da democracia pelo mundo, a diminuição do peso dos radicais islâmicos um pouco por todo o mundo.
Excertos:
«When he came into office he rejected diplomatic outreach to then President Mohammad Khatami and the so-called reform elements, and then rejected feelers from the Iranian mullahs for assistance in dealing with the Taliban and al-Qaida and for an overall settlement of U.S.-Iranian differences. He utterly miscalculated the increased influence of Iran as a consequence of the Iraq war. On the eve of the Iranian election last year, Bush denounced extremist candidate Ahmadinejad, predictably inciting support for him.»
«By his repeated denunciations of "radical Islam" in his speech, Bush cast his "war on terror" as a religious crusade, fitting exactly the perspective of al-Qaida and al-Qaida-like sects and providing the basic motivation for suicide terrorism (...)».
Na mesma linha de análise, mais um texto de Pat Buchanan: «Put Hamas On Probation».
Excertos:
«Neoconservatives see the world as they wish it to be, not as it is. Like teenagers, they act on impulse and rail against the counsel of experience.»
«If we and the Europeans cut off aid, and Israel refuses to remit to the Palestinians the taxes they collect, the Palestinians will be put through hell for voting the wrong way. The Arabs will call us hypocrites who believe in elections only if they produce the results we demand.
And who could say they are wrong?
What will Hamas do? They are not going to disarm in the face of an Israeli military that has been killing Palestinians—collateral damage, of course—at four times the rate that Palestinians have been killing Israelis. They are not going to give up their trump card and recognize Israel’s right to exist before they get a Palestinian state.»

4 Comments:

Blogger Paulo Cunha Porto said...

Quanto ao Irão, os EUA sabem bem que o poder não reside no presidente, mas no "leader" espiritual, Ali Khamenei. Convém, evidentemente, que a face governamental se radicalize, porque não é fácil ganhar guerras contra adversários simpáticos. Mas com a pele do lobo, ou do cordeiro, o perigo está onde coexistam poder e hostilidade. Como eliminar um deses elementos? Eis a pergunta mágica. Mas não creio que o Islão de hoje odeie o Ocidente só por causa do problema israelita. É a nossa própria maneira de viver que odeiam. O que não se contraria com "dollars" e boletins de voto...

03 fevereiro, 2006 20:43  
Blogger vs said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

03 fevereiro, 2006 23:20  
Blogger vs said...

O Pat.....
Como os tempos mudam.
E como as pessoas mudam.

Quando vejo o que diz o Pat lembro-me sempre dos que, há 30 anos, queriam nacionalizar os quiosques e hojese prostram perante os colegas de curso do FG Santos lá no Illinois.

Por onde terá andado o Pat nos anos 80?!?!?!??!?!?
Terá entretanto o Pat batido com a cabeça em algum sítio?
Só pode!

"Mas não creio que o Islão de hoje odeie o Ocidente só por causa do problema israelita."

Ora nem mais.
O Paulo cobertinho de razão.
O 'problema' é apenas algo que dá jeito como bandeira propagandística.
É uma 'nota de radapé'.

Mesmo se Israel se auto-dissolvesse e TUDO ficasse para os palestinianos nada se iria resolver.
Tudo se iria manter e agravar.
Ao longo da História, ao correr dos séculos antes de 1948, as relações entre os dois mundos foram sempre....'tensas' (extraordinário eufemismo).

" É a nossa própria maneira de viver que odeiam."

EXACTO! Na mouche!
Não deixa de ser desconcertante a forma algo 'insólita' como o FG Santos (e outros) se recusam sequer a reconhecer este singelo FACTO.



Nota: não deixa de ser sintomático que, no meio deste tumulto todo, seja precisamente a Turquia o único país muçulmano em que hordas ululantes ainda não saíram à rua a ameaçar com o 'fogo de Deus',mais o 'martírio' e brandindo 'fatwas' e ameaças e impropérios destrambelhados a torto e a direito.
Afinal de contas, malgré tout, 70 e tal anos de Laicismo ferrenho e República Maçónica já vão fazendo alguma 'mossa' na Anatólia.
;)

Nota2: as razões da ferrenha arabofilia e muçulmanofilia (quase a pontos de os considerar incapazes de quaisquer malfeitorias e/ou imperialistas intentos) do FG Santos são, para mim, um mistério absoluto.

03 fevereiro, 2006 23:25  
Blogger Flávio Santos said...

«(...) as relações entre os dois mundos foram sempre....'tensas'» - sabe bem que isso não é verdade.
«(...) as razões da ferrenha arabofilia e muçulmanofilia (quase a pontos de os considerar incapazes de quaisquer malfeitorias e/ou imperialistas intentos) do FG Santos são, para mim, um mistério absoluto.» - não tenho essa perspectiva mas acho, se quiser ferrenhamente, que 1948 é um ponto de viragem e de onde decorrem praticamente todas as desavenças que vimos discutindo nos últimos tempos. Mas nada como debater a questão na Mealhada... ;)

04 fevereiro, 2006 08:57  

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