Presença de Brasillach
«Decididamente, não adianta. É assim todos os anos e já não serve de nada, de nada vale tentar passar em claro por cima da data. O 6 de Fevereiro, marcado como vem pelo estigma de um crime que não esquece, acorrentado e indesligavelmente grudado, e vinculado, desde logo, à memória de um nome que sempre ocorre, segue a revelar-se, na edição de cada ano que passa, uma jornada inapagávelmente trágica e altamente gloriosa também. Faz anos - já agora cinquent'anos, aparados e certinhos («Comme le temps passe...»), - que a França, por ditame de certo abominável Senhor das Gálias, denominado Charles De Gaulle ( - e que pelo nome e lindas obras não perca...!), mandou abater a tiro um dos maiores poetas franceses, digo: um dos artistas literários europeus mais bem dotados de todos os tempos. Faz anos que Robert Brasillach, na passada de Chénier, viu o seu destino confiado a um pelotão de fuzilamento.
«O poeta laborara num crasso erro de estimativa: cometera ele a suprema imprudência de se colocar da banda dos vencidos, de tomar partido no lado mais ingrato. «(...) notre seul mérite est d'avoir choisi». Só que Brasillach tinha escolhido justamente «le mauvais côté». A escolha que fez, a posição que firmou, autenticou-as com o sangue. Com o sangue veio a pagar a temeridade e impopulariedade das opções assumidas.»
Rodrigo Emílio
«O poeta laborara num crasso erro de estimativa: cometera ele a suprema imprudência de se colocar da banda dos vencidos, de tomar partido no lado mais ingrato. «(...) notre seul mérite est d'avoir choisi». Só que Brasillach tinha escolhido justamente «le mauvais côté». A escolha que fez, a posição que firmou, autenticou-as com o sangue. Com o sangue veio a pagar a temeridade e impopulariedade das opções assumidas.»
Rodrigo Emílio
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