Banda desenhada clássica americana e franco-belga
Animada discussão gerou este postal do “Sexo dos Anjos”. Terçaram-se argumentos sobre os méritos da banda desenhada franco-belga e da banda desenhada clássica americana. Sendo apreciador de ambas, pendo claramente a favor desta última, por vários motivos:
- histórias regra geral “mais sérias”: dado que se publicavam em vinhetas diárias nos jornais de maior expansão, destinavam-se a um público mais adulto, mais exigente;
- os desenhadores tinham maior qualidade: a afirmação é polémica mas para mim basta atentar no “poder” das imagens a preto e branco dos autores americanos e comparar com a profusão de cores, tantas delas berrantes, da BD franco-belga para se chegar a esta constatação;
- onde se nota melhor esta diferença é no desenho dos rostos: na BD clássica americana há um trabalho notável de caracterização física dos personagens, sendo a expressão de cada um única e extraordinariamente viva; na BD franco-belga os rostos são quase sempre estereotipados, sem grandes variações de personagem para personagem;
- a BD franco-belga é incrivelmente puritana: raramente se representam mulheres e casais são ainda mais raros; são frequentes os pares de amigos (Tintin / Haddock, Blake / Mortimore, Astérix / Obélix, Spirou / Fantásio; até com os animais: Clorofila e Minimum!); na BD clássica americana as mulheres têm um papel marcante (histórias de Rip Kirby, Flash Gordon, Príncipe Valente, Mandrake, Fantasma, Cisko Kid, etc.) e são frequentes as cenas amorosas, algumas delas mesmo voluptuosas; o desenho a corpo inteiro não poupa detalhes de seios, coxas, etc., com naturalidade e sem falsos pruridos. (Na capa acima reproduzida do Mundo de Aventuras nº 34 - de 1950! - uma cena de sedução a Flash Gordon.)
Em última análise, como é óbvio, é tudo uma questão de gosto. E nesta breve nota não falamos de grandes artistas europeus que não pertencem à escola franco-belga, como os espanhóis Jesús Blasco (Cuto) e Arturo del Castillo, o magnífico Franco Caprioli (que teve grande divulgação entre nós nas páginas do Cavaleiro Andante) e, porque não referi-los, grandes autores portugueses como Eduardo Teixeira Coelho (recentemente falecido), Vítor Péon, Augusto Trigo e muitos outros.
Para os nostálgicos da BD antiga existe este site de divulgação e venda de revistas portuguesas históricas como o já citado Cavaleiro Andante, o Mundo de Aventuras (publicado initerruptamente entre 1949 e 1987!), o Mosquito, o Papagaio, o Zorro, Tintin, Spirou, etc., etc. Reproduzem-se primeiras páginas de muitos exemplares, o que já dá para abrir o apetite. A fruir.
- histórias regra geral “mais sérias”: dado que se publicavam em vinhetas diárias nos jornais de maior expansão, destinavam-se a um público mais adulto, mais exigente;
- os desenhadores tinham maior qualidade: a afirmação é polémica mas para mim basta atentar no “poder” das imagens a preto e branco dos autores americanos e comparar com a profusão de cores, tantas delas berrantes, da BD franco-belga para se chegar a esta constatação;
- onde se nota melhor esta diferença é no desenho dos rostos: na BD clássica americana há um trabalho notável de caracterização física dos personagens, sendo a expressão de cada um única e extraordinariamente viva; na BD franco-belga os rostos são quase sempre estereotipados, sem grandes variações de personagem para personagem;
- a BD franco-belga é incrivelmente puritana: raramente se representam mulheres e casais são ainda mais raros; são frequentes os pares de amigos (Tintin / Haddock, Blake / Mortimore, Astérix / Obélix, Spirou / Fantásio; até com os animais: Clorofila e Minimum!); na BD clássica americana as mulheres têm um papel marcante (histórias de Rip Kirby, Flash Gordon, Príncipe Valente, Mandrake, Fantasma, Cisko Kid, etc.) e são frequentes as cenas amorosas, algumas delas mesmo voluptuosas; o desenho a corpo inteiro não poupa detalhes de seios, coxas, etc., com naturalidade e sem falsos pruridos. (Na capa acima reproduzida do Mundo de Aventuras nº 34 - de 1950! - uma cena de sedução a Flash Gordon.)
Em última análise, como é óbvio, é tudo uma questão de gosto. E nesta breve nota não falamos de grandes artistas europeus que não pertencem à escola franco-belga, como os espanhóis Jesús Blasco (Cuto) e Arturo del Castillo, o magnífico Franco Caprioli (que teve grande divulgação entre nós nas páginas do Cavaleiro Andante) e, porque não referi-los, grandes autores portugueses como Eduardo Teixeira Coelho (recentemente falecido), Vítor Péon, Augusto Trigo e muitos outros.
Para os nostálgicos da BD antiga existe este site de divulgação e venda de revistas portuguesas históricas como o já citado Cavaleiro Andante, o Mundo de Aventuras (publicado initerruptamente entre 1949 e 1987!), o Mosquito, o Papagaio, o Zorro, Tintin, Spirou, etc., etc. Reproduzem-se primeiras páginas de muitos exemplares, o que já dá para abrir o apetite. A fruir.
5 Comments:
Então e o maior? Hugo Pratt... fora das escolas referidas mas notável.
Acho que a "Balada do mar salgado" é a maior obra-prima da BD...
Capitan Trueno, El jabato....
Mortadelo e Salamao
Excelente recomendacao do site, que desconhecia!
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