Werther
Releio com avidez o "Werther" de Goethe. Tenho uma tremenda admiração por esta obra, um carinho enorme pelo seu personagem principal.
As desventuras do jovem Werther causam uma profunda comoção ao leitor, que acompanha a inexorável marcha para o abismo do apaixonado pela bela e sensível Charlotte.
Um jovem idealista, que sorve imoderadamente as belezas da natureza, se comove com as brincadeiras das crianças, fala com o povo sem preconceitos sociais, que abomina as convenções sociais (não deixando de notar que a desigualdade é inevitável) descobre um dia - um anjo. Mas o anjo, Charlotte, tem um prometido, Albert, rapaz atilado mas sem grandes aspirações estéticas e assaz racional. Há muito mais entendimento entre Charlotte e Werther, seja na apreciação de uma situação do quotidiano, seja na interpretação de uma passagem de um romance, ou pela reacção a uma ária musical.
A impossibilidade desta relação tira ao jovem todo o gosto pela vida, a sua única ânsia, obsessiva, é ver Charlotte, estar com ela, sentir a sua respiração, tocar-lhe na mão. É de um terrível dramatismo a passagem em que Werther descreve Charlotte e Albert a afastarem-se lentamente, em direcção a sua casa, vendo-se o branco do vestido daquela confundido com a sombra das altas tílias.
O romance, claro está, é um dos pináculos do romantismo, com a sua sensibilidade exacerbada, a sua revolta face à mesquinhez quotidiana, a sua aspiração por altos vôos estéticos, o amor profundo pela natureza. Usem-se os adjectivos que se usarem para descrever esta obra, para mim ela é uma obra de verdade, sincera, de sentimentos puros e autênticos, independentemente de quaisquer artifícios que Goethe tenha usado na sua redação. Uma obra eterna.
As desventuras do jovem Werther causam uma profunda comoção ao leitor, que acompanha a inexorável marcha para o abismo do apaixonado pela bela e sensível Charlotte.
Um jovem idealista, que sorve imoderadamente as belezas da natureza, se comove com as brincadeiras das crianças, fala com o povo sem preconceitos sociais, que abomina as convenções sociais (não deixando de notar que a desigualdade é inevitável) descobre um dia - um anjo. Mas o anjo, Charlotte, tem um prometido, Albert, rapaz atilado mas sem grandes aspirações estéticas e assaz racional. Há muito mais entendimento entre Charlotte e Werther, seja na apreciação de uma situação do quotidiano, seja na interpretação de uma passagem de um romance, ou pela reacção a uma ária musical.
A impossibilidade desta relação tira ao jovem todo o gosto pela vida, a sua única ânsia, obsessiva, é ver Charlotte, estar com ela, sentir a sua respiração, tocar-lhe na mão. É de um terrível dramatismo a passagem em que Werther descreve Charlotte e Albert a afastarem-se lentamente, em direcção a sua casa, vendo-se o branco do vestido daquela confundido com a sombra das altas tílias.
O romance, claro está, é um dos pináculos do romantismo, com a sua sensibilidade exacerbada, a sua revolta face à mesquinhez quotidiana, a sua aspiração por altos vôos estéticos, o amor profundo pela natureza. Usem-se os adjectivos que se usarem para descrever esta obra, para mim ela é uma obra de verdade, sincera, de sentimentos puros e autênticos, independentemente de quaisquer artifícios que Goethe tenha usado na sua redação. Uma obra eterna.
3 Comments:
Sabes que o Napoleão, que a tinha em grande conta, ordenou a sua proibição, porque temia que transformasse os jovens militares franceses em suicidas...
Não sabia.
Goethe foi muito criticado porque ocorreu efectivamente um surto de suicídios entre jovens leitores da obra. Apôs-lhe, então, um curto preâmbulo com que tentou impedir mais desgraças.
Caro FG Santos
Sempre muito interessante o que nos conta e relembra. Sobre o Werther, livro que tantas vezes comecei e nunca acabei!
Mas não termina o ano sem lhe desejar um Bom Ano. Azul, de preferência.
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