Canal de histórias
O blogue "Combustões" já nos caracterizou sumariamente a emissão que o Canal História dedicou a evocar a memória de Franco e do franquismo.
Foi, de facto, um mau serviço prestado ao rigor histórico e a um mínimo de independência de análise. Além das conclusões anedóticas que o Miguel Castelo-Branco listou, podemos acrescentar mais umas quantas, para que fiquem com um quadro ainda mais elucidativo sobre esta jornada de mistificação:
- para um comentador, o franquismo assentava em quatro pilares: o exército, a Igreja, a grande burguesia e a corrupção!
- o mesmo, algo incomodado com a questão do desenvolvimento económico franquista, declarou que este decorreu não de Franco mas apesar dele...
- no filme de uma hora que era suposto dar um enquadramento ao tema, falou-se do apoio da Itália e da Alemanha aos nacionalistas mas nem menção do apoio soviético aos republicanos! Nem "conselheiros militares" soviéticos (que passaram a decidir quase em exclusivo o rumo das operações militares no campo republicano), nem milhões do Banco de Espanha recambiados para Moscovo em troca da "generosa" ajuda estalinista, nem fuzilamentos frequentes dos republicanos que ousavam pôr em causa a predominância soviética no seu campo, nem cooperativas anarquistas destruídas pelos comunistas - nada, um branqueamento total;
- escusado dizer que também nada foi referido das exacções praticadas pelos republicanos sobre os representantes da Igreja ainda antes de a Guerra Civil começar; apesar de se falar da greve nas Astúrias, o espectador mal informado deve achar que na Espanha republicana a vida decorreu sem problemas de maior;
- Franco quis entrar na II Guerra e foi Hitler que se não mostrou interessado! Também nada se disse sobre o facto de Salazar ter insistido junto de Franco para que não desse permissão aos alemães para entrarem em território espanhol para aceder ao Mediterrâneo (após mais uma conversa frustrada com Franco, Hitler desabafou que «preferia arrancar os dentes todos a ter que falar com Franco novamente»!). Também ficámos a "saber" que a Falange era mais germânica (sic) que o próprio regime nazi!
Foi, de facto, um mau serviço prestado ao rigor histórico e a um mínimo de independência de análise. Além das conclusões anedóticas que o Miguel Castelo-Branco listou, podemos acrescentar mais umas quantas, para que fiquem com um quadro ainda mais elucidativo sobre esta jornada de mistificação:
- para um comentador, o franquismo assentava em quatro pilares: o exército, a Igreja, a grande burguesia e a corrupção!
- o mesmo, algo incomodado com a questão do desenvolvimento económico franquista, declarou que este decorreu não de Franco mas apesar dele...
- no filme de uma hora que era suposto dar um enquadramento ao tema, falou-se do apoio da Itália e da Alemanha aos nacionalistas mas nem menção do apoio soviético aos republicanos! Nem "conselheiros militares" soviéticos (que passaram a decidir quase em exclusivo o rumo das operações militares no campo republicano), nem milhões do Banco de Espanha recambiados para Moscovo em troca da "generosa" ajuda estalinista, nem fuzilamentos frequentes dos republicanos que ousavam pôr em causa a predominância soviética no seu campo, nem cooperativas anarquistas destruídas pelos comunistas - nada, um branqueamento total;
- escusado dizer que também nada foi referido das exacções praticadas pelos republicanos sobre os representantes da Igreja ainda antes de a Guerra Civil começar; apesar de se falar da greve nas Astúrias, o espectador mal informado deve achar que na Espanha republicana a vida decorreu sem problemas de maior;
- Franco quis entrar na II Guerra e foi Hitler que se não mostrou interessado! Também nada se disse sobre o facto de Salazar ter insistido junto de Franco para que não desse permissão aos alemães para entrarem em território espanhol para aceder ao Mediterrâneo (após mais uma conversa frustrada com Franco, Hitler desabafou que «preferia arrancar os dentes todos a ter que falar com Franco novamente»!). Também ficámos a "saber" que a Falange era mais germânica (sic) que o próprio regime nazi!
6 Comments:
E nem uma palavrinha, a propósito da entrevista de Hendaia, sobre a listagem de necessidades espanholas para a entrada na Guerra, impossível de cumprir pelos Alemães, ou por quem quer que fosse? E nem a caricata, mas simbolicamente importante, espera de uma hora infligida ao Fuhrer, para que o Caudilho pudesse fazer a sua "siesta"? Buñuel diz que até os Republicanos espanhóis se orgulhavam deste "fait-divers".
Ab.
"...spera de uma hora infligida ao Fuhrer..."
Bem feita.
eheheheheh
Afinal de contas, não havia razão nenhuma para um simples pintor de Braunau-am-Inn ter direito a entrevista imediata com um Chefe de Estado.
:)
Canal Historia de Prisa?
... histórias da carochinha...!
Historias del abuelo Cebolleta
Pregunta si continúan las Ediciones Paulinas de Zallas, que eran como la Editorial Franciscana de Montariol, en Braga.
Enviar um comentário
<< Home