24 novembro 2005

Presidenciais

Como já por aqui confessei, sigo a política portuguesa com muito pouco interesse e a maior parte do que vou acompanhando é via blogues. Convém não estar completamente desfasado do que se vai passando mas há muita coisa que me passa ao lado.
Intrigas, insultos, guerrilha permanente, interesses dos partidos acima (muito acima) do interesse nacional, negócios obscuros - todas as taras da democracia encontram a sua viva confirmação na política portuguesa.
Como monárquico a quem a realização de eleições presidenciais horroriza manifestamente, alheio-me das campanhas, debates, artigos de fundo, polémicas que constituem o cortejo fúnebre da pátria que cada eleição confirma. A ânsia de poder é tão grande, a defesa intransigente de interesses mascarada em defesa intransigente de princípios e convicções, levam ao desespero os actores desta triste comédia, recorrendo estes a toda a sorte de truques de retórica, acusações contra os oponentes numa cavalgada alucinante para o abismo. A certa altura vale tudo para ganhar mais uns votitos.
Quem ainda acredita que a democracia representativa pode defender o interesse das nações sofre de um estado avançado de cegueira ou hipocrisia; no primeiro caso, os ingénuos, alguns deles eventualmente bem intencionados; no segundo, os que beneficiam directamente deste estado de coisas. Com ambos estamos bem servidos.

1 Comments:

Blogger Paulo Cunha Porto said...

Mas, Caríssimo, devemos sublinhar os ridículos e nocivos aspectos destas campanhas. Elas e a percepção desagrada que deixam nas pessoas são o argumento mais tangível para muita gente.
Abração.

24 novembro, 2005 21:53  

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