Ignorância é força
Quem leu “1984” de George Orwell não se esqueceu certamente que uma das máximas do regime do Grande Irmão era “Ignorance is Strength”.
Na era da informação e da educação “para todos”, o sistema democrático, e em especial o português, terá todo o interesse em dar como anacrónica (benzendo-se com zelo ateu e democrático) essa máxima, típica dos “regimes fascistas e totalitaristas”.
As nossas sociedades democráticas gostam de se gabar da liberdade de expressão que alegadamente proporcionam. Bastou o caso das caricaturas de Maomé para se perceber perfeitamente que essa liberdade tem como limite o poder de reivindicação de uma minoria (comunidades de imigrantes muçulmanos), de uma comunidade “barulhenta” (muçulmanos de todo o mundo, uni-vos!), ou de quem efectivamente domina os meios da comunicação dita social.
Certos períodos históricos têm já, em alguns países (democratíssimos), a sua “verdade” plasmada em letra de lei, com castigos severos para quem dela ousar duvidar. Certos assuntos, mesmo sem se chegar ao extremo referido, têm uma “forma oficial” de serem abordados: seja pela caricatura de regimes caídos em desgraça, seja pela táctica bem leninista da mentira muitas vezes repetida, seja pela ocultação de factos que a serem conhecidos pelo comum dos mortais os levaria a ver com outros olhos políticas tidas geralmente como ignominiosas. O uso de adjectivos a preceito também serve às mil maravilhas o propósito de denegrir.
Um exemplo característico disto mesmo é a educação. Todos “sabem” que Estado Novo rima com analfabetismo; é uma daquelas máximas que não permite discussão, factos são factos… Não interessa que o regime tenha tido que fazer face a uma história passada, a gerações e gerações de famílias que viviam do amanho da terra em condições tantas vezes precárias e que não davam azo a que os mais novos pudesem ter estudos.
Também não interessa que se tenham criado escolas em todos os rincões nacionais. E muitos menos outros factores (aqui bem lembrados) que, a serem conhecidos, fariam olhar com outros olhos a política de educação do Estado Novo (que ninguém está a afirmar que era perfeita).
Vivendo hoje os políticos do sucesso no “campeonato dos papelinhos” a que chamamos eleições, cabe-lhes vender o seu peixe com a demagogia necessária para alcançar o seu desiderato. Interessa-lhes massas esclarecidas? Com bom nível de educação? Com espírito crítico? É claro que não – não parece estarmos num cenário muito diferente daquele que Eça retratava por exemplo em “O Conde de Abranhos”. Quanto menos esclarecidos os eleitores, quanto mais manietados por preconceitos e quão menos imunes à argumentação demagógica, melhor se sentem os políticos na sua pele.
As somas impressionantes dedicadas pelo orçamento de Estado para as despesas de educação não se traduzem de forma alguma na melhoria da qualidade desta, em um maior nível de exigência, numa maior qualidade do corpo docente. E mesmo neste delírio despesista sem qualquer conformidade com resultados, ainda se decide encerrar escolas em locais mais ou menos recônditos, «por motivos orçamentais». Já se sabe que nenhum Sr. Ministro terá que obrigar os seus rebentos a acordar com as galinhas, que isso é coisa para afectar “meia dúzia de rurais”. Assim, sempre sobram mais uns cobres que permitem que se não ponham em causa certos privilégios de quem “serve o povo”.
Na era da informação e da educação “para todos”, o sistema democrático, e em especial o português, terá todo o interesse em dar como anacrónica (benzendo-se com zelo ateu e democrático) essa máxima, típica dos “regimes fascistas e totalitaristas”.
As nossas sociedades democráticas gostam de se gabar da liberdade de expressão que alegadamente proporcionam. Bastou o caso das caricaturas de Maomé para se perceber perfeitamente que essa liberdade tem como limite o poder de reivindicação de uma minoria (comunidades de imigrantes muçulmanos), de uma comunidade “barulhenta” (muçulmanos de todo o mundo, uni-vos!), ou de quem efectivamente domina os meios da comunicação dita social.
Certos períodos históricos têm já, em alguns países (democratíssimos), a sua “verdade” plasmada em letra de lei, com castigos severos para quem dela ousar duvidar. Certos assuntos, mesmo sem se chegar ao extremo referido, têm uma “forma oficial” de serem abordados: seja pela caricatura de regimes caídos em desgraça, seja pela táctica bem leninista da mentira muitas vezes repetida, seja pela ocultação de factos que a serem conhecidos pelo comum dos mortais os levaria a ver com outros olhos políticas tidas geralmente como ignominiosas. O uso de adjectivos a preceito também serve às mil maravilhas o propósito de denegrir.
Um exemplo característico disto mesmo é a educação. Todos “sabem” que Estado Novo rima com analfabetismo; é uma daquelas máximas que não permite discussão, factos são factos… Não interessa que o regime tenha tido que fazer face a uma história passada, a gerações e gerações de famílias que viviam do amanho da terra em condições tantas vezes precárias e que não davam azo a que os mais novos pudesem ter estudos.
Também não interessa que se tenham criado escolas em todos os rincões nacionais. E muitos menos outros factores (aqui bem lembrados) que, a serem conhecidos, fariam olhar com outros olhos a política de educação do Estado Novo (que ninguém está a afirmar que era perfeita).
Vivendo hoje os políticos do sucesso no “campeonato dos papelinhos” a que chamamos eleições, cabe-lhes vender o seu peixe com a demagogia necessária para alcançar o seu desiderato. Interessa-lhes massas esclarecidas? Com bom nível de educação? Com espírito crítico? É claro que não – não parece estarmos num cenário muito diferente daquele que Eça retratava por exemplo em “O Conde de Abranhos”. Quanto menos esclarecidos os eleitores, quanto mais manietados por preconceitos e quão menos imunes à argumentação demagógica, melhor se sentem os políticos na sua pele.
As somas impressionantes dedicadas pelo orçamento de Estado para as despesas de educação não se traduzem de forma alguma na melhoria da qualidade desta, em um maior nível de exigência, numa maior qualidade do corpo docente. E mesmo neste delírio despesista sem qualquer conformidade com resultados, ainda se decide encerrar escolas em locais mais ou menos recônditos, «por motivos orçamentais». Já se sabe que nenhum Sr. Ministro terá que obrigar os seus rebentos a acordar com as galinhas, que isso é coisa para afectar “meia dúzia de rurais”. Assim, sempre sobram mais uns cobres que permitem que se não ponham em causa certos privilégios de quem “serve o povo”.
4 Comments:
a ignorancia de um povo, é o bem estar de uma nação. Assim dizia Salazar!
Excelente analise sobre o tema.
O EStado Novo não foi perfeito na sua politica de Ensino. Contudo, e analisando no tempo, tudo fez para para combater o analfabetismo.
Ate´aos anos 60 esse foi a grande luta.
Manuel Abrantes
Ora, meu caro amigo, como de costume está coberto de razão e felicito-o pela lucidez e clareza deste texto.
Um abraço.
Este governo não cairá
porque não é um edificio,
sairá com benzina porque é uma nódoa!
"O Conde de Abranhos"
Eça de Queirós
Legionário
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