A vitória do Hamas
Apesar de ainda se não dispor de resultados finais, é já claro que o Hamas é o grande vencedor das eleições legislativas palestinianas. Aqui ficam algumas reflexões sobre o tema:
- A Autoridade Palestiniana, pese todas as dificuldades inerentes à convivência com Israel, consegue realizar eleições livres, quase sem conflitos e sem manipulações eleitorais. Uma lição para o mundo árabe.
- A serenidade do presidente Mahmoud Abbas é de louvar. Apelou à calma e à aceitação dos resultados. Deu a entender que a vitória dos fundamentalistas não quer necessariamente dizer que se vai entrar em guerra declarada com o estado sionista.
- O Hamas cumpre, de facto, uma trégua militar há já cerca de um ano. E tendo em conta que os assassinatos selctivos por parte de Israel foram traumáticos e decapitaram uma parte importante da direcção do movimento, essa trégua é, diríamos, quase um milagre.
- A Fatah paga pelo uso indevido de muitos fundos de ajuda, tanto da diáspora como da UE e de estados do Golfo. A corrupção no seio da AP era conhecida e condenada pela população, a consequência está à vista. Muitos dos que votaram no Hamas fizeram-no não tanto por arreigadas convicções fundamentalistas mas por desejarem uma mudança do status quo.
- O Hamas é bem visto pela população mais carenciada pela ajuda que lhe concede, seja alimentar, seja a nível dos cuidados de saúde. Está bem implantado no terreno.
- Israel, passado o momento inicial de espanto, reforçará as medidas de segurança passivas, nomedamente levará a construção do muro dito de segurança por diante.
- A Fatah vai passar por um período de convulsões internas, com os diversos grupos a degladiarem-se e a acusarem-se mutuamente pelo desastre eleitoral.
- A população palestiniana anseia por uma vida mais normal, que passará pela satisfação das necessidades básicas e por viver em alguma segurança. Uma hipotética vaga de agressões contra Israel será sempre condenada pela grande maioria. O Hamas terá de aprender a institucionalizar-se. Veremos como reagirão os ultras.
- A Autoridade Palestiniana, pese todas as dificuldades inerentes à convivência com Israel, consegue realizar eleições livres, quase sem conflitos e sem manipulações eleitorais. Uma lição para o mundo árabe.
- A serenidade do presidente Mahmoud Abbas é de louvar. Apelou à calma e à aceitação dos resultados. Deu a entender que a vitória dos fundamentalistas não quer necessariamente dizer que se vai entrar em guerra declarada com o estado sionista.
- O Hamas cumpre, de facto, uma trégua militar há já cerca de um ano. E tendo em conta que os assassinatos selctivos por parte de Israel foram traumáticos e decapitaram uma parte importante da direcção do movimento, essa trégua é, diríamos, quase um milagre.
- A Fatah paga pelo uso indevido de muitos fundos de ajuda, tanto da diáspora como da UE e de estados do Golfo. A corrupção no seio da AP era conhecida e condenada pela população, a consequência está à vista. Muitos dos que votaram no Hamas fizeram-no não tanto por arreigadas convicções fundamentalistas mas por desejarem uma mudança do status quo.
- O Hamas é bem visto pela população mais carenciada pela ajuda que lhe concede, seja alimentar, seja a nível dos cuidados de saúde. Está bem implantado no terreno.
- Israel, passado o momento inicial de espanto, reforçará as medidas de segurança passivas, nomedamente levará a construção do muro dito de segurança por diante.
- A Fatah vai passar por um período de convulsões internas, com os diversos grupos a degladiarem-se e a acusarem-se mutuamente pelo desastre eleitoral.
- A população palestiniana anseia por uma vida mais normal, que passará pela satisfação das necessidades básicas e por viver em alguma segurança. Uma hipotética vaga de agressões contra Israel será sempre condenada pela grande maioria. O Hamas terá de aprender a institucionalizar-se. Veremos como reagirão os ultras.
4 Comments:
Meu Caro FG Santos:
Brilhante análise. Só que tenho quase a certeza que quando o Nelson ler vai clarificar que o Hamas cumpre, de facto uma trégua militar há já cerca de um ano PORQUE os assassinatos selectivos por parte de Israel decapitaram uma parte importante da direcção do movimento...
Abraço.
"... o Hamas cumpre, de facto uma trégua militar há já cerca de um ano PORQUE os assassinatos selectivos por parte de Israel decapitaram uma parte importante da direcção do movimento..."
Tem toda a razão Paulo...de facto, parece-me cristalinamente óbvio.
A análise do FG Santos é muito boa e (quase) imparcial. :)
É pena que os ultras (de ambos os lados) ainda não se tenham apercebido de que estão condenados a viver lado a lado e seria bom para eles, e para o mundo, que deixassem de defender as mais abjectas insanidades, começando nos ultras fanáticos judeus e acabando naquele sr. de Teerão.
Realmente o fundamentalismo religioso é o maior obstáculo à Paz.
Realmente o fundamentalismo religioso é o maior obstáculo à Paz.
30 Janeiro, 2006 21:39
Exactamente, palavra por palavra!
E acrescento: TODOS os monoteísmos estão na origem de todas as taras totalitárias.
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