08 janeiro 2006

Tertúlia blogueira

O grande acontecimento a nível da blogosfera neste ano que agora principia é naturalmente o aparecimento do “Jantar das Quartas”, blogue colectivo que agrupa personalidades de grande talento e sem quaisquer receios de obediência ao politicamente correcto.
Em particular, permite-nos, finalmente!, poder fruir a prosa de Mendo Ramires e Eurico de Barros, não limitadas às caixas de comentários onde habitualmente nos chegavam.
Tendo já expressado algumas reservas quanto à viabilidade de blogues colectivos, permito-me listar de seguida alguns dos riscos inerentes aos mesmos:
- quanto maior o número de colaboradores, maior a tendência para textos curtos, pois caso contrário a densidade de textos diária poderá levar à dispersão dos leitores;
- não havendo coordenação de edição, pode-se dar o caso de num dia determinado haver quinze postais e noutro um ou dois; pode também haver análises sobre um tema específico por mais de um participante em sentido relativamente próximo, sem grande valor acrescentado;
- há sempre o risco de alguma “anarquia”, alternando-se textos mais reflexivos com textos curtos ou humorísticos, recensões literárias com alusões futebolísticas...
- dir-me-ão que esse risco existe num blogue individual, o que é verdade; mas aí a individualidade do seu autor está necessariamente expressa na multiplicidade de preocupações do seu autor.
No caso deste nóvel projecto, transparece um ambiente descontraído, sem grandes linhas de rumo que não a livre expressão de opiniões, gostos, afectos e desdéns (como diria Rodrigo Emílio), precisamente aquilo que caracteriza uma tertúlia entre amigos. Que assim se vê alargada a algumas centenas (espera-se) de leitores, que assim darão o seu “apport”, a sua nota de discordância, a sua aprovação, o seu quê de comentário em voz mais alta, como por vezes sucede entre comensais.
Boa sorte para o projecto!

1 Comments:

Blogger Paulo Cunha Porto said...

Os riscos que apontas são reais. Mas eu tenho a solução: vou fazer uma marcação impiedosa ao Mendo. Se conseguir que o Calanceiro-mor deixe de esconder o seu imenso talento, os Outros, que são mais trabalhadores, não quererão ficar atrás. Pelo que nos podemos preparar para dias e dias de boa leitura!

08 janeiro, 2006 21:09  

Enviar um comentário

<< Home