Homenagem a Rodrigo Emílio na SHIP
Ontem decorreu, no Salão Nobre da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, mais uma sessão de homenagem a Rodrigo Emílio, no dia em que o poeta, se ainda estivesse entre nós, cumpriria 62 anos.
Mais uma? De acordo com José Campos e Sousa, esta foi a melhor, A sessão de homenagem. Abrilhantado por excelentes alocuções, o tributo ao “poeta que se vestiu de soldado” (e não mais despiu a farda) foi de facto memorável.
José Luís Andrade pronunciou umas breves palavras sobre Rodrigo, falando do seu feitio difícil mas de como acabava por cativar todos os que com ele conviviam. Mencionou o seu espírito inquieto, sempre pronto a fazer alterações de última hora em projectos literários. De como tinha estima por autores tão pouco da sua área política, como Joaquim Pessoa ou Ary dos Santos. O director da SHIP fez ainda justiça ao nosso amigo Nonas, grande impulsionador desta iniciativa.
O grande poeta António Manuel Couto Viana leu dois poemas do seu novo livro, em que homenageia Rodrigo Emílio. Escusado dizer a emoção que perpassou pela sala, que teve o seu momento de maior silêncio e, diria, deferência para com o interventor. (Aliás é de lamentar que, ao contrário de homenagens anteriores, desta feita as conversas privadas fossem muitas e os toques de telemóvel marcassem insuportável presença.)
O Eng. Francisco Ferro teve uma intervenção emotiva, explanando porque é que a expressão “poeta do desastre” nada se adequa ao perfil de Rodrigo. Ocasião para zurzir o 25 do 4 e toda a corja de intrujões e vende-pátrias que nos vêm governando.
José Carlos Craveiro Lopes, avisando de antemão que não sente ter especiais dotes oratórios, teve uma intervenção meritória, focando aspectos mais pessoais da vida do poeta, deixando água na boca a quantos não assistiram à intervenção de Rodrigo aquando do processo MAN, em que terá arrasado a assembleia jurídico-democrática.
Luís António Serra divertiu-nos a todos com a sátira da locomotiva democrática, a que se seguiu uma curta alocução de Vasco Barata.
As intervenções tiveram o seu epílogo com o nosso estimadíssimo Bruno Oliveira Santos, que abordou as influências sofridas por Rodrigo Emílio (de Sá de Miranda ao próprio pai), numa demonstração de conhecimento das várias escolas e épocas literárias mas sem qualquer afectação de “erudito”, antes com o seu estilo directo e a sua linguagem que, não cedendo em rigor, é acessível e especialmente comunicativa. Falou o emérito autor do “Nova Frente” do estilo emiliano, de como mesclava elementos que muito deviam à tradição mas também à poesia mais vanguardista do século XX, tudo para demonstrar como, apesar de tantas e variadas influências, a poesia de Rodrigo permanece um monumento de originalidade incatalogável. Esta intervenção do Bruno foi a mais aplaudida de todas. Justo.
A concluir a sessão de homenagem, José Campos e Sousa brindou-nos com algumas canções de sua autoria com poemas de Rodrigo. O som infelimente não estava famoso, soando a voz do cantor algo roufenha. Mas a sua musicalidade tudo suplanta e tivemos a felicidade de escutar um tema que em várias sessões ainda não tínhamos ouvido: não fixei o título mas fala dos militares menos militares que... militantes. Uma delícia. Tempo ainda para escutarmos António Rangel com a sua pungente gaita de foles em “Azul Lusíada”.
Passou-se então à mesa, decorrendo o repasto (e convívio enriquecedor e estimulante) nas cantinas medievais do vetusto palácio (que a presente direcção tem vindo pacientemente a recuperar). Entre tanta gente de valor, cultura, afabilidade e sentido de humor, se passaram algumas horas demasiado curtas.
Mais uma? De acordo com José Campos e Sousa, esta foi a melhor, A sessão de homenagem. Abrilhantado por excelentes alocuções, o tributo ao “poeta que se vestiu de soldado” (e não mais despiu a farda) foi de facto memorável.
José Luís Andrade pronunciou umas breves palavras sobre Rodrigo, falando do seu feitio difícil mas de como acabava por cativar todos os que com ele conviviam. Mencionou o seu espírito inquieto, sempre pronto a fazer alterações de última hora em projectos literários. De como tinha estima por autores tão pouco da sua área política, como Joaquim Pessoa ou Ary dos Santos. O director da SHIP fez ainda justiça ao nosso amigo Nonas, grande impulsionador desta iniciativa.
O grande poeta António Manuel Couto Viana leu dois poemas do seu novo livro, em que homenageia Rodrigo Emílio. Escusado dizer a emoção que perpassou pela sala, que teve o seu momento de maior silêncio e, diria, deferência para com o interventor. (Aliás é de lamentar que, ao contrário de homenagens anteriores, desta feita as conversas privadas fossem muitas e os toques de telemóvel marcassem insuportável presença.)
O Eng. Francisco Ferro teve uma intervenção emotiva, explanando porque é que a expressão “poeta do desastre” nada se adequa ao perfil de Rodrigo. Ocasião para zurzir o 25 do 4 e toda a corja de intrujões e vende-pátrias que nos vêm governando.
José Carlos Craveiro Lopes, avisando de antemão que não sente ter especiais dotes oratórios, teve uma intervenção meritória, focando aspectos mais pessoais da vida do poeta, deixando água na boca a quantos não assistiram à intervenção de Rodrigo aquando do processo MAN, em que terá arrasado a assembleia jurídico-democrática.
Luís António Serra divertiu-nos a todos com a sátira da locomotiva democrática, a que se seguiu uma curta alocução de Vasco Barata.
As intervenções tiveram o seu epílogo com o nosso estimadíssimo Bruno Oliveira Santos, que abordou as influências sofridas por Rodrigo Emílio (de Sá de Miranda ao próprio pai), numa demonstração de conhecimento das várias escolas e épocas literárias mas sem qualquer afectação de “erudito”, antes com o seu estilo directo e a sua linguagem que, não cedendo em rigor, é acessível e especialmente comunicativa. Falou o emérito autor do “Nova Frente” do estilo emiliano, de como mesclava elementos que muito deviam à tradição mas também à poesia mais vanguardista do século XX, tudo para demonstrar como, apesar de tantas e variadas influências, a poesia de Rodrigo permanece um monumento de originalidade incatalogável. Esta intervenção do Bruno foi a mais aplaudida de todas. Justo.
A concluir a sessão de homenagem, José Campos e Sousa brindou-nos com algumas canções de sua autoria com poemas de Rodrigo. O som infelimente não estava famoso, soando a voz do cantor algo roufenha. Mas a sua musicalidade tudo suplanta e tivemos a felicidade de escutar um tema que em várias sessões ainda não tínhamos ouvido: não fixei o título mas fala dos militares menos militares que... militantes. Uma delícia. Tempo ainda para escutarmos António Rangel com a sua pungente gaita de foles em “Azul Lusíada”.
Passou-se então à mesa, decorrendo o repasto (e convívio enriquecedor e estimulante) nas cantinas medievais do vetusto palácio (que a presente direcção tem vindo pacientemente a recuperar). Entre tanta gente de valor, cultura, afabilidade e sentido de humor, se passaram algumas horas demasiado curtas.
4 Comments:
Quando cheguei a casa, todo encharcado, senti-me tentado a escrever qualquer coisa sobre a Homenagem, mas preferi não o fazer, deixando a tarefa para outros muito mais competentes como você.
Foi de facto uma excelente Homenagem, para mim o ponto alto foi a música "Azul Lusíada", verdadeiramente arrepiante, que fechou a Homenagem em beleza.
Espero que os textos desta homenagem (e das outras também!) sejam recolhidos e publicados.
O A.Rangel é um gaiteiro de rebimb'ó malho, pelo que ouvi dizer....
Temos que o convidar lá para o Parque Natural de Montesinho
:)
Caro Vanguardista,
os textos das homenagens e todos aqueles que foram escritos após a morte estão recolhidos e disponivéis no site rodrigoemilio.com
Provavelmente, todos esses testemunhos virão a publicar assim logo que outros sejam feitos.
Agora, para além de homenageares o Rodrigo com a tua presença podes e deves escrever algo sobre ele ou sobre a homenagem.
Só faltou mesmo terminar a cerimonia com o Hino - EU TINHA UM CAMARADA
Rodrigo Emilio!
PRESENTE!
Legionário
Enviar um comentário
<< Home